Touro Miúra bate Novak Djokovic, conquista o bi campeonato do aberto dos Estados Unidos e coroa a temporada fantástica até agora, com 10 títulos em 12 finais.
O relato de hoje não é somente como foi à partida final de ontem, e sim da maneira que Rafael Nadal vai escrevendo sua história no tênis.
Um tenista que quando surgiu para o cenário mundial em 2005, era apontado apenas como um jogador defensivo, que só dava balão na bola, e servia para o saibro, tinha um saque colocado porem sem incomodar muito seus adversários, resumindo seu jogo era mais raça do que técnica.
Realmente tinha um jogo muito inferior do que tem hoje, mais uma coisa não mudou foi sua parte mental, seu coração e sua vontade de vencer, e melhorar sempre. Com o passar dos anos, foi se aperfeiçoando, e fazendo alguns ajustes em seu jogo, para que pudesse ganhar outros torneio sem ser Roland Garros, aprendeu usar mais o slice e a voleiar, dois fundamentos importante para vencer em uma quadra de grama.
Em sua primeira final em Wimbledon, levou uma aula daquele que formaria um dos maiores clássicos da história, Roger Federer que estava e seu piso favorito, acabou dominando completamente a ações. No ano seguinte mais uma final contra o suíço provando que não foi zebra no ano anterior, dessa vez perdeu em 5 sets mostrando toda evolução até chegar em 2008, quando enfim venceu o próprio Federer em uma final eletrizante também de 5 sets.
O jogador do saibro agora também era o da grama, precisava melhorar, para vencer em uma quadra de cimento. La vai ele treinar e melhorar alguns aspectos do seu jogo até a conquista do Australian Open em janeiro de 2009, na decisão mais uma vez Roger Federer e outra partida em 5 sets.
Vitória em um torneio importante na quadra dura, mais um ponto para o espanhol, sempre evoluindo, faltava o US Open, que era sempre difícil por ser no segundo semestre, seu joelho não aguentava muito a quadra dura após um começo forte de temporada.
Para que isso acontecesse Rafa precisava melhorar novamente seu jogo, os pontos teriam que ser mais curtos para que o joelho suportasse, foi quando treinou o saque, melhorou seu primeiro serviço, para em 2010 fechar os Grand Slams, vencendo Djokovic na final do US Open.
Fim de papo, Nadal estava na história, era o melhor do momento, quando tudo parecia perfeito, em 2011 surge mais uma pedra no sapato, Novak "Monstro" Djokovic. Isso mesmo o sérvio elevou o nível do seu jogo, teve um ano fantástico, e vencia o espanhol em todas as finais disputadas, até mesmo no saibro onde sempre reinou.
Os jogos entre eles eram sempre ataque contra defesa, Nole vencia alguns com certa facilidade, e não dava chance para o espanhol, explorando principalmente seu backhand que não era ofensivo, deixando as bolas curtas.
Derrubou o lado psicológico que sempre foi uma marca de Nadal que precisava reinventar seu jogo para voltar a vencer no circuito. Além disso teve que vencer a desconfiança de seu joelho, quando não jogou o segunde semestre de 2012, e quando muitos já duvidavam de sua volta ao tênis, ou se voltasse não manteria o nível.
Foram 7 meses de recuperação e renovação, pensando sempre em melhorar o espanhol aperfeiçoou seu backhand e mudou um pouco o estilo, correndo mais riscos, mais indo para as definições dos pontos.
Deu certo, no saibro conseguiu manter seu nível vencendo 6 títulos na superfície, inclusive o 8° caneco de Roland Garros, faltava a temporada de cimento e após um derrota na primeira rodada de Wimbledon, veio a desconfiança.
U.S. Nadal
Temporada americana na quadra dura, e o momento de confirmação, campeão do Masters do Canadá, do inédito Masters 1000 de Cincinnati e a coroação com título do U.S. Open, com direito a vitória no seu principal adversário, número 1 do mundo e especialista na superfície, Novak Djokovic.
Um jogo cheio de emoções, porem com um fator tático fundamental vindo do processo de evolução dos meses em que ficou sem jogar, o backhand que não atacava, agora faz mais que isso, contra ataca e ganha pontos, isso fez com que o sérvio arriscasse mais, resultando-nos mais de 50 erros não forçados, além do lado mental que novamente Nadal mostrou porque é um dos melhores nesse aspecto, esteve em desvantagem no terceiro set, com uma quebra atrás e 0/40 no 4/4, mais salvou os breaks, e vencendo a parcial.
Já no set seguinte Djoko, não conseguiu manter a intensidade e depois de perder um set que estava na mão viu o espanhol crescer e finalizar a partida com uma certa facilidade, com 6/1 na ultima parcial, fechando a partida em 3 a 1.
A conquista foi a 13ª em Grand Slam, se isolando como 3º maior campeão da história ficando apenas um de Sampras e quatro de Federer que lidera com 17 conquistas. De quebra diminuiu para 120 pontos a diferença de pontos para Djokovic, e na briga pelo número 1 do ano, que será uma questão de tempo, já não defende nenhum ponto até o fim da temporada, e Nole tem pouco mais de 3000.